sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Esta proposta de referendo não pode chegar a ser um referendo!

          Em 17-05-2013 a co-adopção por casais homossexuais foi aprovada na Assembleia da Republica. As votações foram renhidas com 94 deputados contra e 9 abstenções. Agora, o mesmo Parlamento aprova a proposta de realização de referendo. Uma proposta de referendo que surge movido por quem repugna «qualquer solução legislativa que permite ou abra a porta à adopção por casais homossexuais». Uma proposta apenas aprovada com os votos favoráveis dos deputados do PSD, submetidos a uma disciplina de voto condicionante e não representativa da intenção dos votantes.
          Disciplina de voto essa, que só reforça a opção do principal partido do Governo pelo autoritarismo que é já constante e ultrapassa o tolerável. Disciplina de voto essa que divide o partido internamente e que divide também a maioria. Disciplina de voto essa que leva quase duas dezenas de deputados submetidos a tal obrigação a apresentarem declarações de voto. Disciplina de voto essa a levar também à demissão da vice-presidente da bancada do PSD, Teresa Leal Coelho. 
          Dentro da maioria, os centristas abstiveram-se. Uma atitude covarde. Não votaram a favor com medo de serem responsáveis pela aprovação. Não votaram contra com medo de serem responsabilizados por reprovar a proposta. O CDS-PP tem é medo da responsabilidade!

          Depois de medidas inconstitucionais, medidas imorais, demissões (não) “irrevogáveis” curadas por cargos para encher egos, que tem no Presidente da República uma máquina de suporte de vida deste governo que há muito definha. Presidente da República esse que, disfarçado por uma aparência sonsa e apática, vai agindo autocraticamente, de forma muito semelhante à de governar à de quem possuía o Poder em Portugal nos tempos em que era PIDE, declarando-se, inclusive, na ficha de inscrição da mesma como “integrado no actual regime político”.


          Preocupante, deveras preocupante, é também, e sobretudo, o facto da proposta do referendo ter partido de uma juventude partidária como a JSD. Uma juventude partidária que, em vez de defender o progresso ideológico luta pelo seu retrocesso. Uma juventude partidária que, em vez de defender a liberdade a trata como acessório, não a entendendo como sendo para todos. Uma juventude partidária que funciona para servir os interesses do partido de forma ainda mais retrógada que a do próprio partido. Uma juventude partidária que só contribui para os piores preconceitos em relação às juventudes partidárias e para a falta de fé nas mesmas.
          À esquerda temos uma juventude partidária, que arrasta o Partido Socialista em medidas que estabelecem uma mudança de paradigma em questões como a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, o casamento homossexual e a própria co-adopção por casais homossexuais que tem como um dos principais proponentes o ex-líder da Juventude Socialista, Pedro Delgado Alves. Uma juventude partidária que luta e defende o progresso ideológico e a liberdade para todos. Uma juventude partidária que defende que não existem famílias de “1ª e de 2ª”. Uma juventude partidária de esquerda e que não cede mantendo-se fiel aos seus ideais.

          No fundo uma juventude partidária que é jovem. Jovem mas madura.

          Esta proposta de referendo põe em causa a igualdade. Esta proposta de referendo põe em causa os direitos humanos. Esta proposta de referendo viola a garantia de proteção do bem-estar de crianças que precisam de ver reconhecidas na lei as suas mães e os seus pais. Esta proposta de referendo não permite que estes exerçam as suas responsabilidades para com os seus filhos. Esta proposta de referendo não é séria.



Esta proposta de referendo não pode chegar a ser um referendo!




quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

"A ignorância é o elemento mais violento da sociedade."

O caso Sócrates é apenas uma demonstração do quão manipulada pode ser a imagem de uma pessoa recorrendo à ignorância. 

"A ignorância é o elemento mais violento da sociedade." Emma Goldman


"E de facto, ao Ricardo Campelo Magalhães escapou u
m detalhe: é que em 1966 havia aulas ao sábado de manhã, e à tarde havia actividades escolares.
Além disso, as férias escolares só começavam no final de Julho!
Ou seja, no dia 23 de Julho, um sábado, Sócrates podia perfeitamente ir à escola àquela hora, e portanto não há qualquer razão para desconfiar da veracidade da sua história."

Domingos Amaral esclarece-nos:





Quando uma divindade evocou Eusébio significando Portugal


Quando uma divindade evocou Eusébio significando Portugal 


Depois de saber da notícia, relativizei-a. A "Lenda" era-me apenas transmitida por palavras, relatos e muito poucos vídeos, todos antigos e quase todos eles monocromáticos.
Pensei que não lhe dedicaria um único post, dedicatória ou lhe desejaria um descanso pacífico pois seria só mais um, em milhares. Seria insignificante e sabia que, como é óbvio, Eusébio já nunca o iria ler. O meu respeito silencioso era suficiente.
Houve referências, declarações e tributos, dos mais variados, que fui lendo/vendo ao longo de todo o dia de ontem. Todos bons, unânimes quanto à importância de Eusébio. Quem o conheceu destacava as suas qualidades humanas. Encarados por mim como clichés, pouco significado faziam dado que é costume, em situações destas, de despedida, quase toda a gente tecer o seu elogio.
A "Lenda" continuava a ser visto por mim apenas como um "bom Eusébio".
Depois, a cerimónia fúnebre. O "bom Eusébio" tinha muita gente para o ver uma última vez. Muita gente mesmo! Em Portugal nunca tinha visto disto. Era muito para um jogador da bola, apesar de todo o endeusamento a que era sujeito (estatuto que era desde sempre, a meu ver, exagerado) e de todo o fascínio português pelo futebol.
Como sei que poucas vezes as coisas são como as vemos (ou queremos ver), apercebi-me que o "bom Eusébio" seria mesmo algo mais do que eu julgava ser. Talvez fosse um "Grande Eusébio".
Depois de compilações dos momentos de magia de Eusébio vi mais um pouco do que consistia a "Lenda". Que havia mais fundamento do que eu pensava. E que fundamento! Dribles tão rápidos como atordoadores e remates tão potentes quanto certeiros. Um verdadeiro jogador, daqueles que quem gosta de futebol os tem como exemplo do jogador perfeito. Era um "Grande Eusébio" que realmente jogava muito muito bem o futebol.
Apesar de tudo, continuava a não perceber o seu endeusamento. Continuava a afigurar-se exagerado para mim. Era só uma jogador da bola que tinha sido magnífico no seu tempo e feito um fantástico Mundial em 1966. Sabia que poderia o "Grande Eusébio" ser considerado "um grande embaixador de Portugal" mas é complexo conseguir ter uma noção da proporção dessa influência.

Já de noite, lembrei-me de algo que me tinha significado bastante (e que metia Eusébio ao barulho).

Um dia lembrei-me de mandar uma pequena mensagem a uma das pessoas vivas que mais admiro. Limitado por 140 caracteres, como obriga o Twitter, enviei a Eric Idle, um dos Pythons, uma pequena mensagem a demonstrar o quanto o admirava (que é bastante!) - o nível de admiração que tenho pelos Monty Python, tanto a nível coletivo como a nível individual (realçando Cleese e Idle), é tremendo! Tenho-os como divindades, personagens intocáveis. O expoente da genialidade.
A essa pequena mensagem, contrariamente ao esperado, houve uma resposta. Apesar de curta e do tom provocatório foi provavelmente a mensagem que me deixou mais feliz até hoje. Uma mensagem sem aparente significado para quem desconheça Eric Idle, para quem não o admire tanto ou até menos um pouco que eu.
Respondeu-me evocando o nome de Eusébio pelo facto de ter mencionado, com orgulho, ser de Portugal.
Apesar de toda a minha alegria e exaltação, houve um sentimento estranho. Foi logo evocar o nome de uma figura que ficou conhecido tendo sido jogador de um clube rival! Uma provocação bem ao estilo de Eric Idle mesmo que o próprio não o soubesse.

Nunca cheguei a perceber a importância do Eusébio para que Idle tivesse o atrevimento de o mencionar nessa tão importante mensagem, de estilo telegráfico.
Nunca o cheguei a perceber, até ontem.

Ontem percebi o porquê de Eusébio não ser apenas um embaixador de Portugal mas sim O embaixador de Portugal. Do Nosso País.

Obrigado Eusébio. Não sei se o Idle me teria respondido sem invocar o seu nome.

Muito Obrigado "Rei".
Diogo Silva

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Brevemente algo novo. A estreia.

   Fica aqui apenas a nota de que, muito em breve, algo escrito por mim será aqui publicado em 1ª mão. Uma estreia. Bem haja.

Palco do Tempo

Noiserv- Palco do Tempo

É o palco do tempo
Sem tempo a mais
São voltas às voltas
Por querer sempre mais

É um verso atrás
Um degrau que não viu
São curvas as rectas
Num final não vazio

É o palco do tempo
Sobre o tempo a mais
São voltas à espera
Que não vivendo mais


Tema "Palco do Tempo" interpretado por David Santos / Noiserv da banda sonora do documentário José & Pilar. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Citando Marc Twain


"Não reclamem do mundo.
Ele não vos deve nada. Chegou cá primeiro!
"


Terá dito (ou escrito) um dia Marc Twain. Homem sábio este.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Será o fim do Mundo uma treta?


                                               Qual é a sua opinião acerca do fim do Mundo?

                Irá ele acabar?
                Inverter-se-ão os pólos?
                Haverá erupções solares?
                Haverão catástrofes enormes, eventos cataclísmicos algo semelhante ao filme “2012”?
                Voarão os porcos que farão ninhos nas árvores e viverão as aves em pocilgas, em ambientes imundos e chafurdarão na lama?
                Ou, como maior parte acredita, continuará tudo na mesma?

                O misticismo entre a teoria do Fim do Mundo de 21/12/2012 (só mais uma das 1x236x432x teorias existentes até aos dias de hoje), que se revela das mais credíveis por um maior número de pessoas, cada uma pelos seus motivos pessoais, pode ser interpretado de 1001 formas ou até mais pois como já disse cada um possui a sua explicação pessoal para defender tal teoria.
                Tanta polémica deve-se talvez ao facto de, por exemplo, dia 21/12/2012 coincide com o solstício de inverno. O solstício de inverno é um fenómeno astronómico usado para marcar o início do inverno. Esta data também era de grande importância para diversas culturas antigas, que de um modo geral a associavam simbolicamente a aspectos como o nascimento ou renascimento.
                Mas o mais importante em relação ao calendário Maia que provavelmente será o elemento de maior realce em relação à já referida teoria é que no calendário de Contagem Longa, utilizado pelos Maias, no dia 21/12/2012 ocorre o término de um Baktun, que no calendário utilizado pela cultura europeia, por exemplo, é algo semelhante à mudança de um milénio para o outro, como por exemplo aconteceu de 1999 para 2000.
                Este será talvez o elemento que parece ter maior significado por envolver sempre algum espiritualismo como todas as datas importantes para os menos céticos.

                Mas o meu interesse em escrever este artigo não passa apenas nem sobretudo por explicar o que é e de onde deriva tal teoria pois dar-me-ia demasiada pesquisa e não tenho tempo para isso visto que muito passei para escrever este artigo.

                A minha intenção de escrever este artigo é para alertar para uma teoria que eu acho mais que possível, quase óbvia, do que possa acontecer com ligações à profecia maia e não da Maya.
                Isso passa por um “aviso” pois penso que os telejornais de dia 21 para a frente, ou até mesmo antes, se encherão de notícias acerca do teórico apocalipse.
                
                E isto porquê?
                No meu ponto de vista, vejo o fim do mundo como um pretexto por exemplo para crentes de tal profecia executarem, por exemplo, ataques terroristas algo semelhantes ao executado pelo Anders Breivik ou até massacres algo semelhantes ao recente massacre de Newtown.
                Pode ser o pretexto de alguns psicopatas ou crentes excessivos de que o apocalipse será dia 21 deste mês porem em prática os seus valores talvez extremistas e talvez teorias sem nexo, apenas com lógica no mundo visto por eles como, lá está, acontece com maior parte dos psicopatas. Isto tornou-se deveras credível ao ver no interessantíssimo programa “Preparados para o Fim do Mundo” transmitido em Portugal pelo National Geographic Channel onde podemos ver crentes na profecia apocalíptica a prevenirem-se contra tal crença. Aí demonstram casos como um homem que tem enterrado debaixo da terra ao longo de imensos anos, 42 dos típicos autocarros escolares americanos e construindo uma espécie de casas para servirem de abrigo no dia 21. Outro, criou uma espécie de abrigo com chuveiros para evitar a contaminação por parte da radioatividade que diz que irá existir por motivos relacionados com o fim do mundo. Vi também que nos últimos dias muitas pessoas, oriundas de todo o mundo, em espécie de peregrinação, têm se deslocado até uma determinada aldeia, localizada nos Pirinéus. Estes exemplos não são praticamente nenhuns comparados ao total de casos que foram apresentados. Ora, se há pessoas que chegam a gastar milhares de euros para se protegerem de tal previsão e crença, não haverá também os que se revoltarão e cometerão atos de loucura, assustadores e radicais por acreditarem que o mundo acabará nesse dia?

               A minha “teoria” passa por isto. O tempo que demorei para conceder este texto foi imenso. A ideia já foi tida há mais de uma semana mas, como estudante (aplicado, por sinal), é-me extremamente difícil ter tempo para elaborar conteúdos para o blog, como este.

                Espero que valha a pena para algo. Ou que o mundo acabe e que este artigo, como eu gosto de lhe chamar, seja lido por uma família de aliens de cor aleatória ou de outra forma qualquer, ou então… espero de alguma forma também estar errado pois quero acima de tudo o bem-estar e a boa preservação do Mundo em que vivemos.

                Resta-me apenas desejar um Feliz Natal a todos os que lerem este artigo mas também aos que não lerem pois acredito que o Natal é para toda a gente, mesmo para as pessoas feias.

                Isto é, se o Mundo não acabar antes!